sexta-feira, 2 de agosto de 2013

HAVIA UM CARA


Naquele vez
Na viagem de sexta feira
Dia de cabeça cheia
Não é que havia um cara
Do meu lado
No metrô.
E pela conversa dele _
O mesmo blá, blá ,blá de sempre_
Logo, logo percebi
Que seu nome era Povo.

Personificação ingrata
Quando não se atém à identidade
A cara fica estranha...
Ora alegre, ora triste
Olhando pra tudo e
Para nada...
Meio perdido no vagão.

E quando falava
Bem, aí ele parecia saber de tudo:
As últimas dicas quentes do telejornal
Aquelas coisas de temperatura mundial
Política e visita papal

Começava um raciocínio
Sobre isso e aquilo
Postura crítica
Análise fria
Mas em vez de completar
Pouco depois se perdia.

Não finalizava...
Ficava na meia palavra
No livro fechado
No título do jornal

Rebatia assim:
 Homem em sociedade
 É complicado,
Politizado, laico, bem conectado
A  par de tudo!
E pensando em flores
Sonhando com um pouco de paz,

Olhava o santo do lado.

De MAGELA E CARMEM TERESA ELIAS 

Nenhum comentário:

Postar um comentário