segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Olhares que Vazam Silêncios

Olhares Que Vazam Silêncios

Aquelas crianças são tuas...
E esperam que alguém as leve para casa
Que as faça sorrir
Ou, simplesmente, fique perto.

Alguns de seus olhares são impressionantes!
Olham implorando família, nem que seja por alguns instantes...
Pedem com o silêncio de alma cansada
Sem  verbalizar a intenção

Outras não dizem nada
Mas te olham com o mesmo olhar de Deus a perguntar:
Carência intangível que perfura o coração,
Será que não acreditam no que vêem?

Natal é família junto !
Para aqueles que não a tem, o mundo
Precisa de maiores significados.

 Se houver em teu coração a intenção:
 Aceita!
Se não houver, não digas nada.


De Magela e Carmem Teresa Elias                                                                                                  


(Vinde a mim todas as crianças, pois delas é o reino do céu. Jesus Cristo)

sábado, 7 de dezembro de 2013




Natal é família junto !




                                       _ Natal é família junto!, disse a mãe tentando explicar...
                                       _Então, onde está meu pai?
                                       _ Está por aí, inventando motivos para não viver....



 Texto de Carmem Teresa Elias e De Magela
Imagem Google.


Que dizer a uma criança quando faltam-lhe os pais???




     
 Que dizer para a criança quando lhe faltam os pais???
Meninos Pobres da Vila Maria Alta


Vela acessa em cima da cômoda... Poderia ser em oração, uma benção, uma luz de respeito e fé...

Mas o sentido primordial da vela era mesmo o de Iluminar o barraco. E nesse sentido  material  de entremeio entre claridade e a escuridão, a vela era apenas como a  vida:  era penumbra . E causava o mesmo incômodo da cama que não deixava dormir...  meia adaptação de peças antigas e um resto de colchão que, aos poucos,  também se deformava  como  cera sob  o travesseiro  para se ter o falso efeito de que nos  províamos  de algum conforto  com coisas  que, de fato, não nos traziam nenhum ... Nem  luz, nem  maciez, nem  esperança, nem sonho leve.

Deitava-me a observar o tremular das sombras que a própria chama projetava  e,  como se fosse  cinema, eu imaginava cenas...

Não fosse isso tudo a interferir com a noite, o barulho distante  de famílias felizes  também não me  deixaria dormir, tanto quanto o ranger do estrado.

Barulho das mesas fartas, pensava. Barulho de tantas  pessoas em outras casas tentando disfarçar que, na verdade,  o Natal é triste.

Sabem  dessa tristeza aqueles que andam pela madrugada, observando o movimento das cenas de vida...Sabem que todo ruído esconde um  terror .
Se reparar bem notará que a noite é triste. Que a madrugada é triste. Que a música de Natal é triste. Apesar de a  letra da música falar de boas coisas, a entonação que se dá ao canto  tende ao  triste e, no seu íntimo, as pessoas são tristes.  São penumbras.

Alegrias verdadeiras somente brilham  nas  crianças, quando os olhos se acendem  por  reflexo de vida ou por vidas outras criadas por elas. Crianças facilmente imaginam e se encantam porque ainda crêem  na  “Noite Feliz”, como se a partir dela, a chama  de uma vela se multiplicasse em candelabros, e de um brinquedo se construísse melhores destinos.

Um carrinho feito com uma lata velha de sardinha, tampinhas de cerveja e arame... Pronto, eu já tinha um carro!  Uma boneca de espiga de milho, outra feita de retalhos coloridos e ,tendo com quem falar de amizade, carinho e companheirismo,minha irmã poderia junto a essas bonecas,  dormir  no colchão de palha e travesseiro de paina. Poderia dormir abraçando a boneca, como se abraçasse a mãe.  Um cavalinho feito de madeira  que o avô montou especialmente para aquele dia e eu já galopava com meu pai por campos sem fim. “Cavalinho de pau, amigo de tantas aventuras e alegrias.” Só quando somos crianças conseguimos despertar certas magias...

Natal deve ser o nascimento de mais esperança, família junto e paz. Velas de amor acesas no coração. Mãos dadas entre irmãos, palavras brandas, uma ceia para se dizer  “ Graças! “

 Mas nem todos os barracos são assim. Enquanto sigo  andando pelas ruas, vejo na penumbra que  não existem mesas postas em ofertório comum.  Ouço o som de  vozes em celebração de união, mas  o coral de velhinhos no shopping Center ou do Metrô  não encanta mais.

As luzes coloridas de tantas as árvores a decorar as ruas da cidade não brilham mais que uma pequena vela acessa em um barraco. Mas mesmo assim é Natal . Porque  uma criança nasceu, e chorou igual a todas as outras, e quando a luz se apagou, ele brilhou mais que o sol e as estrelas, e sem penumbras,  disse nitidamente a única palavra que ainda nos  falta dizer: Amai-vos uns aos outros.
*

De Magela e Carmem Teresa Elias 
Estaremos postando nossa série de poesias para um Natal Solidário, reunindo textos nossos e de nossos amigos.

Sejam bem vindos a participar conosco !!! 

Levamos nossas poesias e de nossos amigos para diversos eventos poéticos que oferecemos a asilos e orfanatos. 

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Lamaçal





Lamaçal...
Jogar toda água do céu para fora,
 E castigar a terra.
No campo, árvores apressadamente arrancadas!

Raiz morta!
Terra dolorida...
Chão devastado,
Amor sem guarida!

Com uma manta a mãe envolve seu filho,
 O mais um desprotegido...
E na ilustração do mundo,
Gasta fiéis, sacrifícios desmerecidos.

Porque no mundo tudo foi destinado a ser lama.
Tudo é natureza ou pranto!
Tudo é só aparência...
Sacrifícios, fiéis e o desencanto!

De Magela/Carmem Teresa Elias


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

HAVIA UM CARA


Naquele vez
Na viagem de sexta feira
Dia de cabeça cheia
Não é que havia um cara
Do meu lado
No metrô.
E pela conversa dele _
O mesmo blá, blá ,blá de sempre_
Logo, logo percebi
Que seu nome era Povo.

Personificação ingrata
Quando não se atém à identidade
A cara fica estranha...
Ora alegre, ora triste
Olhando pra tudo e
Para nada...
Meio perdido no vagão.

E quando falava
Bem, aí ele parecia saber de tudo:
As últimas dicas quentes do telejornal
Aquelas coisas de temperatura mundial
Política e visita papal

Começava um raciocínio
Sobre isso e aquilo
Postura crítica
Análise fria
Mas em vez de completar
Pouco depois se perdia.

Não finalizava...
Ficava na meia palavra
No livro fechado
No título do jornal

Rebatia assim:
 Homem em sociedade
 É complicado,
Politizado, laico, bem conectado
A  par de tudo!
E pensando em flores
Sonhando com um pouco de paz,

Olhava o santo do lado.

De MAGELA E CARMEM TERESA ELIAS 

quarta-feira, 24 de julho de 2013

POR QUÊ?



Por quê?




Escrevemos
Porque amamos


Escrevemos


Porque sabemos que amamos


Escrevemos


Porque entendemos que amamos




Não existe amor sozinho


Logo, a Poesia é Sentimento

De quem ama...


E seu avesso


É só tristeza


Carmem Teresa Elias e De Magela Poesias

Foto de Carmem Teresa Elias
( caminho de pedras em Paraty)


sábado, 20 de julho de 2013

BRILHO

BRILHO



Imagens são breves visões...
Para quem captura tanto sentimento no peito,
E o transforma em palavras  que o mundo fala,
Descreve, entende e guarda.

Por outra estética:
Vejo bem perto o brilho que emana na essência do belo
Na proximidade capaz do recontar consciente,
Na chama certa de cada palavra.

É por isso que amo o mais belo de ti... palavra que alucina.
O mais belo de mim... esse sol longínquo de ondas claras
Que como os teus olhos, com exatidão, se aproxima
E dita a poesia de cada  dia como a mais  rara 

Ninguém me escreve tão bem  quanto a ti!
Ninguém visita meus quilombos reclusos em águas e matas
Ninguém estampa com tantas flores amarelas e vermelhas
A luz, a vida, e a graça que dançam cirandas em Paraty.

Carmem teresa Elias & De Magela Poesias
Foto de Carmem T. Elias