sexta-feira, 17 de junho de 2011

DESCASO

Descaso – a formosura de um verso






Escrevemos por impulso quando o coração está desenfreado;

Por aflição, se o poema surge do nada...

Na condução, no restaurante,

Em pé, e no silêncio da madrugada.



Escrevemos qualquer momento lírico.

Na dificuldade, no contentamento, muitas vezes sem palavras

A demonstrar a paúna da alma inchada...

E o seu sofrimento.



Chega à aflição rápido demais e não dá tempo de apontar.

Assim vem logo uma inquietação...!

Inflável feito balão

E a mente não quer gravar.



Agora, quando sai o grito, escrevemos mais reformados...

Em Copacabana ou no Leblon, associando às escondidas,

Pensamentos desfigurados,

E levamos o caderninho de lado.



Não tem contexto a formosura de um verso!

Se quem o escreve, inscreve o instante!

O que nos faz gostar mais...

É assim que nos reencontramos, e sentimos o bastante.



Escrever nos vem da dor e do viver...

Catarse e redenção.

No alívio da sua paz...

E não são os poetas o que mais desprezamos...?





O que odiamos é o descaso.

Pois sabendo que o amor e dor caminham juntos.

Para decodificarem o que está escrito, não basta sentir

É preciso sonhar sem refletir.





De Magela e Carmem Teresa Elias.





(Ele dizia que escrever vem da dor, eu dizendo que vinha do impulso. Brigamos. Ponderamos... juntamos tudo).

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